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Reequilíbrio Visceral – O que é isso?

No trabalho estrutural normalmente tentamos realizar o alinhamento, equilíbrio e comportamento cinético da estrutura.  Tentamos  resolver problemas em todas essas áreas.  As restrições viscerais (restrições da fáscia e ao redor dos órgãos) têm impacto em todas esses problemas estruturais.  Uma restrição visceral pode ser a causa e/ou parte de um problema de desalinhamento, falta de equilíbrio, ou disfunção cinética.  Quando nosso trabalho não é bem sucedido, precisamos tentar avaliar um componente visceral.  Se encontrarmos restrições, precisamos ser capazes de corrigi-las.

Por que e como as vísceras afetam a estrutura?

As vísceras podem afetar a estrutura de duas formas muito importantes.  Primeiro: o corpo tende a se moldar, mesmo quando desalinhado e com movimentos restritos, para proteger e “ajudar” um órgão interno.  É como se o corpo desse prioridade para as vísceras e colocasse a postura estrutural em segundo plano.  Segundo: as vísceras  localizam-se na região central do corpo. Qualquer restrição na fáscia visceral é transferida diretamente para a miofáscia e para as estruturas corporais do torso.  Isso ocorre especialmente nos diafragmas torácicos, respiratórios e pélvicos.  O cérebro também é um órgão visceral.  A relação das restrições da fáscia intracraniana com a estrutura do crânio tem as mesmas consequências locais e globais para a estrutura.  O principal diafragma do crânio é a articulação esfenobasilar.

Os órgãos foram projetados para ajudar a atender as necessidades  corporais de alinhamento, equilíbrio e movimento.  Em geral há um componente altamente flexível na fáscia das vísceras e nos ligamentos viscerais, que permite que a víscera movimente-se com a estrutura miofascial e óssea sem causar qualquer tipo de dano ou inibição.  Quando há alguma forma  de restrição em uma área da fáscia visceral, ela irá interferir na capacidade da área de se mover com o corpo.  Qualquer movimento forçado nessa área causará danos ou inibirá seriamente a função da víscera.  Mas são raros os  casos em que o corpo permite que isso ocorra.  Na verdade o corpo inibe a estrutura miofascial e óssea para proteger a víscera.

O corpo ainda vai mais além na proteção às vísceras. Ele utiliza a estrutura para facilitar e auxiliar a função de um órgão com problema.  Um exemplo dessa utilização ativa da estrutura em prol de uma víscera é o que ocorre quando há uma séria restrição no estômago.  As estruturas miofascial e óssea se curvarão e dobrarão para posicionar o estômago, ajudando o tecido estomacal e colocando-o da melhor forma para exercer sua função.  É a hierarquia do instinto de sobrevivência – a função do estômago é mais importante que o alinhamento da articulação.

As estruturas horizontais do torso – os diafragmas – têm relação direta com as vísceras.  A maior parte dos órgãos está ligada de alguma forma a essas estruturas. As vísceras também possuem ligações com o revestimento da fáscia presente na borda das cavidades viscerais.  Esses revestimentos, por sua vez,  ligam-se às superfícies internas dos músculos e ossos do torso.  Esse é o verdadeiro núcleo do corpo.  Essa parte do núcleo é ligada pela base pélvica e saída torácica e cortada transversalmente pelo diafragma respiratório.  As restrições, desalinhamentos e inibições da fáscia visceral transferem-se diretamente para a estrutura do torso e, indiretamente, para o resto do corpo.  Assim como todos os tecidos estruturais, quanto mais os problemas demoram para ser tratados, mais profunda e extensamente o tecido de uma restrição visceral impacta toda a infraestrutura.  No esforço do corpo em busca do equilíbrio, ocorre uma ressonância nas estruturas horizontais.  Essa ressonância também ocorre na fáscia horizontal da estrutura cranial e apendicular.   É frequente a abertura do núcleo visceral também produzir e abrir o núcleo apendicular e cranial. Tratamento para reequilíbrio Visceral você encontra aqui!

No Espaço Ubi Bene você encontra o tratamento para reequilíbrio visceral na Zona Sul.

Fonte: Rolfing

Autora: Liz Gaggini, M.A.

Tradução de Sandra Regina Garcia

Artigo originalmente publicado no 2005 Year Book do IASI